TRANSTORNO BIPOLAR AFETIVO
Muitas pessoas se declaram ou declaram alguém como bipolar, mas muitos são sabem que se trata de uma doença mental crônica e que pouca porcentagem da população é afetada. Para que seja comprovado o transtorno é preciso passar por uma severa avaliação com especialistas.
Existem dois tipos de Transtorno Bipolar. Neste texto, selecionei textos que expliquem os Transtorno Bipolar I, Transtorno Bipolar II e Transtorno Bipolar Não Especificado.
TRANSTORNO BIPOLAR TIPO I
Há a predominância de episódios maníacos, que duram entre 7 dias e 6 meses, ou de sintomas maníacos tão severos que levam o paciente ao internamento em uma clínica psiquiátrica. Já os episódios depressivos duram pelo menos 2 semanas, mas são mais raros que os episódios maníacos. Podem ocorrer episódios mistos, onde a pessoa tem pensamentos depressivos ao mesmo tempo em que sente energia e disposição para fazer suas atividades.
A - Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade dirigida a objetivos ou da energia, com duração mínima de uma semana e presente na maior parte do dia, quase todos os dias (ou qualquer duração, se a hospitalização for necessária).
B - Durante o período da perturbação do humor e aumento da energia ou atividade, três (ou mais) dos seguintes sintomas (quatro se o humor é apenas irritável) estão presentes em grau significativo e representam uma mudança notável do comportamento habitual:
1) Autoestima inflada ou grandiosidade;
2) Redução da necessidade do sono (p. ex, sente-se descansado com apenas três horas de sono).
3) Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando.
4) Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados.
5) Distratibilidade (i.e., a atenção é desviada muito facilmente por estímulos externos insignificantes ou irrelevantes), conforme relatado ou observado.
6) Aumento da atividade dirigida a objetivos (seja socialmente, no trabalho ou escola, seja sexualmente) ou agitação psicomotora (i.e., atividade sem propósito não dirigida a objetivos).
7) Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para consequências dolorosas (p. ex., envolvimento em surtos desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros insensatos).
C - A perturbação do humor é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional ou para necessitar de hospitalização a fim de prevenir dano a si mesmo ou a outras pessoas, ou existem características psicóticas.
D - A perturbação do humor não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex, droga de abuso, medicamento, outro tratamento) ou a outra condição médica.
Nota: Um episódio maníaco completo que surge durante tratamento antidepressivo (p. ex., medicamento), mas que persiste em um nível de sinais e sintomas além do efeito fisiológico desse tratamento, é evidência suficiente para um episódio maníaco e, portanto, para um diagnóstico de transtorno bipolar tipo I.
TRANSTORNO BIPOLAR TIPO II
Predominância de episódios depressivos, com incidência de episódios hipomaníacos, ou seja, episódios de uma espécie de mania mais leve, que não impede que a pessoa trabalhe ou estude, sem sintomas psicóticos. Entretanto, a atenção durante os episódios depressivos deve ser redobrada.
A - Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável e aumento anormal e persistente da atividade ou energia, com duração mínima de quatro dias consecutivos e presente na maior parte do dia, quase todos os dias.
B - Durante o período de perturbação do humor e aumento de energia e atividade, três (ou mais) dos seguintes sintomas (quatro se o humor é apenas irritável) persistem, representam uma mudança notável em relação ao comportamento habitual e estão presentes em grau significativo:
1) Autoestima inflada ou grandiosidade.
2) Redução da necessidade de sono (p. ex., sente-se descansado com apenas três horas de sono).
3) Mais loquaz que o habitual ou pressão para continuar falando.
4) Fuga de ideias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão acelerados.
5) Distratibilidade (i.e., a atenção é desviada muito facilmente por estímulos externos insignificantes ou irrelevantes), conforme relatado ou observado.
6) Aumento da atividade dirigida a objetivos (seja socialmente, no trabalho ou escola, seja sexualmente) ou agitação psicomotora.
7) Envolvimento excessivo em atividades com elevado potencial para consequências dolorosas (p. ex., envolvimento em surtos desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou investimentos financeiros insensatos).
C - O episódio está associado a uma mudança clara no funcionamento que não é característica do indivíduo quando assintomático.
D - A perturbação do humor e a mudança no funcionamento são observáveis por outras pessoas.
E - O episódio não é suficientemente grave a ponto de causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou profissional ou para necessitar de hospitalização. Existindo características psicóticas, por definição, o episódio é maníaco.
F - O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso, medicamento, outro tratamento).
Nota: Um episódio hipomaníaco completo que surge durante tratamento antidepressivo, mas que persiste em um nível de sinais e sintomas além do efeito fisiológico desse tratamento, é evidência suficiente para um diagnóstico de episódio hipomaníaco. Recomenda-se, porém, cautela para que 1 ou 2 sintomas (principalmente aumento da irritabilidade, nervosismo ou agitação após uso de antidepressivo) não sejam considerados suficientes para o diagnóstico de episódio hipomaníaco nem indicativos de uma diátese bipolar.
CICLOTIMIA
Caracterizado pela presença oscilante de sintomas depressivos e de hipomania durante um período de pelo menos 2 anos. Entretanto, os sintomas não são o suficiente para configurar episódios depressivos ou hipomaníacos propriamente ditos.
TRANSTORNO BIPOLAR NÃO ESPECIFICADO
São os casos nos quais os sintomas não se encaixam nos critérios dos tipos I ou II. Isso porque os sintomas não duram tempo o suficiente, ou há poucos sintomas para se ter certeza do diagnóstico. Pode haver episódios hipomaníacos de curta duração (menos de 4 dias), ciclos rápidos. Quando as oscilações ocorrem em menos de uma semana, recorrência de estados mistos atípicos, entre outros.
OS TIPOS DE MANIAS
Euforia/Agitação/Aceleração/Agressividade: qualquer um desses sintomas denota um humor elevado. Você não precisa ter todos esses sintomas para qualificar o humor dessa forma. Basta um deles, como abaixo:
1) Euforia – humor muito alegre (além do seu habitual), atitude desinibida, extroversão excessiva, podendo chegar a ser inadequado em algumas situações sociais.
2) Agitação – você se sente agitado (mais do que inquieto), com muita energia, sente necessidade de extravasar esse excesso de alguma forma, mas não consegue. Tem pouco sono por não conseguir relaxar.
3) Aceleração – seus pensamentos estão muito rápidos, voam, você pensa em várias coisas ao mesmo tempo, não consegue se concentrar direito em nenhuma idéia, pois elas passam rapidamente. Você fala rápido e alto, às vezes não deixa os outros falarem ou interrompe muito as pessoas, centralizando a conversa.
4) Agressividade – você fica facilmente agressivo, explosivo, irrita-se com grande facilidade a ponto de brigar com as pessoas (verbal ou fisicamente).
Irritabilidade/Inquietação/Impaciência: é um estado elevado de humor, porém que não chega a ser tão elevado quanto o anterior. Basta também uma dessas características para você marcar o quadrado correspondente.
1) Irritabilidade – você está na maior parte do tempo irritado, qualquer coisa te tira do sério, você grita ou se desentende facilmente com as pessoas com as quais convive, fala coisas sem pensar e que podem magoar o outro, mas você não consegue se controlar totalmente.
2) Inquietação – você fica inquieto, mexe as mãos ou pernas o tempo todo, não consegue ficar muito tempo parado. Em geral, as pessoas percebem isso como um estado de grande ansiedade, incapacidade de relaxar, está sempre tenso, mas não chega a ficar propriamente agressivo com os outros.
3) Impaciência – tolerância zero ou quase-zero, tem a ver com a irritabilidade, mas alguns pacientes não ficam o tempo todo irritado, mas qualquer coisa que o contrarie ou desagrade provoca reações de intolerância.
Bom humor/Estabilidade: esse é o estado normal do humor. Você se sente bem, seus pensamentos estão centrados, com uma velocidade normal, seu comportamento é na maior parte das vezes tranquilo, existem poucas queixas. Pequenas variações são permitidas, mas sem alcançar os patamares para baixo ou para cima.
Tristeza/Fadiga/Cansaço/Desânimo: esse é o primeiro estágio de redução do humor para o polo depressivo. Basta uma dessas características pela maior parte do dia para você assinalar esse quadrado.
1) Tristeza: você se sente triste, sensível, emociona-se com facilidade, chora, sua autoestima está baixa, você não acha graça nas coisas.
2) Fadiga/Cansaço: seu corpo e sua mente estão cansados, você não consegue pensar em nada útil, os pensamentos estão vazios, seu corpo parece que pesa uma tonelada, você se cansa facilmente, quer logo descansar ou permanecer na cama, lhe falta disposição física e psíquica para passar o dia.
3) Desânimo: você não tem vontade de fazer nada, nada lhe interessa, passa a maior parte do tempo desanimado.
Tristeza profunda/Lentidão/Apatia: esse é o estado mais rebaixado do humor, com sintomas claros de depressão. Basta uma dessas características para assinalar o quadrado correspondente.
1) Tristeza profunda: é um estado melancólico, não é uma tristeza transitória ou fugaz. Você se sente profundamente triste, chora muito ou permanece quieto e sozinho, tem pensamentos negativos, mórbidos, que nem mesmo suporta.
2) Lentidão: você está lento. Os pensamentos são vagarosos, seu raciocínio está devagar, seus movimentos também estão fracos, lentos, você passa a maior parte do tempo parado, fala pouco e quase não interage com outros.
3) Apatia: tem a ver com a lentidão. Você está apático, sem energia vital, não consegue se alimentar, a menos que alguém lhe ofereça algo para comer, não consegue tomar banho, passa a maior parte do tempo inerte. A apatia tem uma mistura de desânimo, falta completa de vontade, com uma inibição do comportamento.
O escritório e consultório de Psicologia Núcleo Prosseguir. É formado pelo psicólogo Airton Oliveira Silva (CRP: 06/141877) e a psicóloga Janaína dos Santos Paiva (CRP: 06/141687). Atendem crianças, adolescentes, adultos e idosos. Sendo pessoas físicas ou jurídicas. Clique aqui e agende uma consulta.
Referências:
DSM 5. Manual de Diagnóstico e Estatístico das Perturbações Mentais.
5ª Edição. Lisboa: Climepsi Editores. Baldwin, R.C. (2010)
MALTA, Debora Lanza; CAFIEIRO, Gabriela Machado. TRANSTORNO AFETIVO BIPOLAR. Revista Brasileira de Ciências da Vida
, [S.l.], v. 6, n. 1, dez. 2017.
SOUZA, Felipe. Psicologiamsn. Doenças Mentais. Disponível em: http://www.psicologiamsn.com/2015/06/os-2-tipos-de-transtorno-bipolar-dsm-5.html
Obrigado por entrar em contato. Retornaremos assim que possível.
Psicólogo Airton Olivera Silva (CRP 06/141877).